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Proconve L8: novas regras de emissões em 2025 aceleram a eletrificação dos carros no Brasil

O ano de 2025 marca um divisor de para o setor automotivo brasileiro. Entrou em vigor o Proconve L8, nova etapa do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, que estabelece limites mais rígidos para emissões de gases e ruídos.
O objetivo é claro: reduzir drasticamente o impacto ambiental dos veículos e alinhar o Brasil aos padrões internacionais de sustentabilidade.

Baseado na Resolução Conama nº 492/2018, o Proconve L8 exige que todos os carros zero quilômetro produzidos a partir de janeiro de 2025 atendam às novas metas ambientais. Modelos fabricados até 31 de dezembro de 2024 ainda poderão ser vendidos até março deste ano, mas, depois disso, apenas veículos dentro do novo padrão serão liberados para comercialização.

O que muda com o Proconve L8

A nova fase do programa reduz significativamente os limites de emissão de poluentes como óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos não metânicos (NMOG). Nos carros de passeio, o limite cai de 80 mg/km para 50 mg/km— uma queda de mais de 35%.
Outras reduções importantes envolvem o monóxido de carbono (CO) e a emissão de vapores de combustível, agora controlada pela obrigatoriedade do sistema ORVR (Onboard Refueling Vapor Recovery), que evita a liberação de vapores durante o abastecimento.

As regras serão aplicadas em três etapas — 2025, 2027 e 2029 —, tornando o controle de emissões progressivamente mais rigoroso. Essa evolução acompanha o movimento global de descarbonização e impulsiona a transição para motores híbridos e elétricos.

Testes mais realistas e novas exigências tecnológicas

Pela primeira vez, o Brasil passa a exigir testes de emissões em condições reais de tráfego, conhecidos como RDE (Real Driving Emissions). Isso significa que os veículos precisarão manter baixos níveis de poluição não apenas em laboratório, mas também nas ruas, em situações de uso cotidiano.

Para atender a essas metas, as montadoras terão de investir em tecnologias de pré e pós-tratamento de gases, além de soluções de eletrificação.
Sistemas híbridos leves, híbridos plenos e híbridos plug-in — como os já utilizados por Fiat, Toyota e BYD — tendem a ganhar protagonismo no mercado nacional.

Como as novas regras afetam montadoras e consumidores

A adequação ao Proconve L8 exigirá investimentos expressivos em pesquisa, desenvolvimento e infraestrutura. Laboratórios, equipamentos de teste e processos de homologação terão de ser atualizados.
Esse movimento deve impactar os custos de produção e, consequentemente, o preço final dos veículos. Ainda assim, o aumento pode ser parcialmente compensado pela adoção global dessas tecnologias e por incentivos tributários verdes, como o IPI Verde, atualmente em discussão.

Outra mudança importante é a adoção do limite corporativo de emissões — agora, as metas serão calculadas pela média de toda a frota de uma montadora, e não mais por modelo individual. Essa flexibilidade permite equilibrar produtos mais poluentes com outros mais eficientes, favorecendo a inovação.

O futuro da mobilidade: eletrificação em ritmo acelerado

A expectativa é que 2025 seja o ano com maior número de lançamentos de veículos híbridos e elétricos da história do país.
A pressão regulatória e o avanço das tecnologias de controle de emissões consolidam um novo cenário para o setor automotivo, no qual sustentabilidade e eficiência caminham lado a lado.

O Proconve L8 representa, portanto, um salto tecnológico e ambiental.
Ao mesmo tempo em que impõe desafios à indústria, também abre espaço para inovação, competitividade e para uma nova geração de veículos mais limpos e silenciosos — um passo essencial rumo à mobilidade sustentável no Brasil.

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